A Aloe vera (babosa) é uma planta tipo cacto que cresce em climas tropicais. A babosa é amplamente usada em uma variedade de cosméticos, incluindo cremes e produtos de higiene pessoal. Alguns estudos em animais sugeriram que a babosa poderia ajudar na cicatrização de feridas. A babosa pode ser aplicada topicamente como um creme ou gel, ou pode ser embebida em um curativo para cobrir a ferida. Os autores desta revisão Cochrane queriam encontrar evidências para descobrir se a babosa ajudaria na cicatrização de feridas agudas (como lacerações, incisões cirúrgicas e queimaduras) ou de feridas crônicas (como feridas infectadas, úlceras arteriais e venosas). Esta revisão concluiu que não há evidências suficientes para responder a esta questão.
Atualmente, faltam evidências provenientes de ensaios clínicos de boa qualidade para apoiar o uso de agentes tópicos ou curativos com babosa para o tratamento de feridas agudas e crônicas.
A Aloe Vera (babosa) é uma planta perene, tipo cacto, que pertence à familia Liliaceae e é típica de climas tropicais. Estudos em animais sugerem que a babosa pode acelerar o processo de cicatrização de feridas.
Avaliar os efeitos de produtos (como pomada e gel tópico) contendo babosa no processo de cicatrização de feridas agudas (como lacerações, incisões cirúrgicas e queimaduras) e de feridas crônicas (como feridas infectadas e úlceras arteriais ou venosas).
Pesquisamos as seguintes bases: Cochrane Wounds Group Specialised Register (9 de Setembro de 2011), Cochrane Register of Controlled Trials (CENTRAL) (The Cochrane Library 2011, Issue 3), Ovid MEDLINE (2005 até a quinta semana de Agosto de 2011), Ovid MEDLINE (In-Process & Other Non-Indexed Citations em 8 de Setembro de 2011), Ovid EMBASE (de 2007 a 2010, semana 35), Ovid AMED (de 1985 a Setembro de 2011) e EBSCO CINAHL (de 1982 a 9 de Setembro de 2011). Não foram feitas restrições de datas ou idiomas.
Incluímos ensaios clínicos randomizados que avaliaram a efetividade da babosa, de produtos derivados da babosa e a combinação de curativos com babosa com outros tipos de curativos, para o tratamento de feridas agudas e crônicas. Não houve restrição em termos da origem dos estudos, data de publicação ou idioma. O desfecho primário foi a cicatrização da ferida medida de forma objetiva (proporção de feridas completamente cicatrizadas ou tempo até a cicatrização completa).
Dois autores independentes realizaram a seleção dos artigos, fizeram a extração dos dados e avaliaram o risco de viés dos estudos. Um terceiro investigador fez a verificação do processo.
Sete estudos, totalizando 347 participantes, preencheram os critérios de inclusão. Cinco estudos envolviam feridas agudas e avaliaram os efeitos da Aloe vera em pacientes com queimaduras, hemorroidectomia e biópsias de pele. A mucilagem de Aloe vera não aumentou a cicatrização de queimaduras em comparação com sulfadiazina de prata (razão de risco (RR) 1,41, intervalo de confiança (CI) 95% 0,0 – 2,85). Houve uma redução no tempo de cicatrização com Aloe vera após hemorroidectomia (RR 16,33 dias, CI95% 3,46 – 77,15) e não houve diferença na proporção de pacientes com cicatrização completa após biópsias de pele. Para feridas crônicas, o uso do Aloe vera produziu uma diferença não significativa na cicatrização de úlceras de pressão em um estudo (RR 0,10, CI95% -1,59 – 1,79). O uso de Aloe vera atrasou de forma significativa a cicatrização de feridas cirúrgicas por segunda intenção (diferença de média de 30 dias, CI95% 7,59 – 52,41), segundo um ensaio clínico. Não foi possível realizar metanálises devido à heterogeneidade clínica entre os estudos. Devido à baixa qualidade dos ensaios clínicos incluídos nesta revisão e do seu alto risco de viés, os resultados dos estudos precisam ser vistos com extremo cuidado.